Clube Atlético Ouriense vs Sporting Clube de Portugal (31/10/2021)


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Muito se fala sobre a profissionalização da Liga... Não será mais importante falar sobre a qualidade (ou falta dela) dos terrenos de jogo que existem neste campeonato? 💚🦁



ANÁLISE AO JOGO 

Primeira parte: A equipa Leonina assumiu o controlo do jogo desde o primeiro minuto do mesmo, assumindo todo o seu favoritismo. Poderia ter inaugurado o marcador cedo, mas foi sempre incapaz de finalizar com qualidade. Houve alguma insistência em jogadas pelo centro do terreno, o que em nada beneficiava as Leoas, devido à sobrepopulação que aí existia. Foi na cabeça de Chandra Davidson que esteve a melhor oportunidade para marcar durante toda a primeira parte, no entanto, esta foi incapaz de finalizar na cara da guarda redes adversária. Demasiada insistência nos cruzamentos pelo ar, onde a defensiva de Ourém se ia superiorizando. Joana Martins, Chandra Davidson, Diana Silva, Melisa Hasanbegović e Fátima Pinto bem foram tentando inaugurar o marcador, mas sempre que acertavam no alvo, a guarda redes Bárbara Pisco ia respondendo com muita qualidade. O intervalo chegou, e o 0-0 no marcador mantinha-se inalterado.

Segunda parte: A segunda parte foi o espelho da primeira. Um Sporting a assumir o jogo, e um Ouriense muito bem posicionado, apostando nas rápidas jogadas de contra ataque, muito por iniciativa de Valéria Paula (dispôs de uma oportunidade soberana na primeira parte, mas que foi resolvida por Carolina Beckert). As Verde e Brancas continuaram a carregar, mas foram sempre pouco esclarecidas e algo lentas (lentidão potenciada pelas péssimas condições do terreno de jogo), insistindo muito em romper pela zona central, ou nos cruzamentos pelo ar, que, devido à escassa presença na área, se revelavam inofensivos. Mesmo após a expulsão da jogadora do Ouriense, por acumulação de amarelos, as Leoas continuaram a ser incapazes de inaugurar o marcador, começando a sentir-se alguma ansiedade e precipitação. Até final do jogo, o Sporting nunca deixou de atacar a baliza adversária, mas o resultado manter-se-ia inalterado até ao apito final.

Na generalidade: Não posso dizer que tenha sido um mau jogo das Leoas, mas este voltou a ser um jogo em que demonstraram muitas dificuldades e falta de esclarecimento frente a uma equipa que se fecha muito (e bem) junto à sua área, num terreno pouco propício a qualquer tipo de prática desportiva (com exceção, talvez, da pesca). Alguma lentidão nos processos ofensivos, que se demonstraram incapazes de desmontar a boa organização defensiva do Ouriense. Estivemos muito bem ao explorar os corredores laterais mas, no entanto, recorremos em demasia aos cruzamentos aéreos. Embora a Chandra seja muito forte neste tipo de lance, a defensiva de Ourém demonstrou ser mas forte, e como se encontrava em clara superioridade numérica, resolvia com relativa facilidade as situações que iam surgindo. Algumas oportunidades claras desperdiçadas em frente à baliza, uma excelente exibição da guarda redes adversária, e a falta de presença na área, foram alguns dos fatores que, na minha opinião, mais influenciaram o resultado final. Uma escorregadela que ainda "pode" (mas não deve) acontecer, visto esta ser ainda a primeira fase da Liga BPI.


Clube Atlético Ouriense: Bom jogo da equipa de Ourém, que demonstrou muita competência, sendo capaz de manter a sua organização e plano de jogo mesmo em inferioridade numérica. Uma equipa com jogadoras muito interessantes, capazes de cumprir a 100% o que lhes é pedido pelo seu treinador, também este muito competente e com provas dadas no Futebol Feminino Português. Seria injusto se dissesse que o Ouriense apenas se limitou a defender (e bem) a sua baliza, pois conseguiram criar algumas jogadas de perigo para a baliza Leonina, tendo visto Carolina Beckert a negar um golo quase certo a Valéria Paula, ainda durante a primeira parte.

 

ANÁLISE INDIVIDUAL DAS JOGADORAS

> Doris Bačić: Jogo seguro da guarda redes das Leoas, onde respondeu sempre bem quando chamada a intervir. Voltou, no entanto, a demonstrar algumas fragilidades com a bola nos pés.

> Alícia Correia: Bom jogo de Alícia Correia. Muito ativa ofensivamente, conseguiu criar algum perigo pela ala esquerda, sendo também capaz de intercetar e resolver com qualidade os lances ofensivos adversários.

> Carolina Beckert: Mais um jogo muito competente de Carolina Beckert. Muito bem a sair a jogar, com a bola dominada e a entregar sempre bem. Fica na retina o excelente corte que efetua, negando um golo quase certo a Valéria Paula.

> Melisa HasanbegovićJogo seguro de Melisa. Imponência física, excelente leitura de jogo e um remate que merecia muito o golo. Uma jogadora muito inteligente e que transmite muita segurança à equipa Verde e Branca.

> Ana Borges (C): Jogo típico da nossa Capitã. Irreverência, intensidade, e uma enorme vontade de mudar o rumo (leia-se resultado) do jogo. Foi sempre dela que partiram as melhores jogadas, ganhando por inúmeras vezes a linha de fundo. Pecou um pouco no momento do cruzamento, com a insistência nos cruzamentos pelo ar. Fica a ideia de que, se tem apostado nos cruzamentos rasteiros e atrasados, poderia ter criado mais perigo à baliza adversária.

Fátima PintoNão foi o seu melhor jogo. Alguns passes falhados a meio campo, sem pressão, erros não forçados, e um amarelo completamente desnecessário. Sempre muito intensa e batalhadora, ganhou alguns duelos e desferiu um potente remate, que acabou por passar por cima da baliza adversária. Esteve perto da expulsão, num lance em que, felizmente, a árbitra não se apercebeu do puxão a Sónia Costa.

> Brenda Pérez: Muita qualidade mas, em jogos desta tipologia (tal como se viu no jogo contra o Torreense), em terrenos de jogo de qualidade para lá de fraca, acaba por ficar algo aquém das suas capacidades, e não conseguir ter a influência positiva necessária no jogo da restante equipa.

> Andreia Jacinto: Muito forte na progressão, teve diversas arrancadas interessantes mas que, pela insistência em avançar pelo corredor central, acabaram por não ser tão perigosas como era esperado. Recuperou muitas bolas, construiu jogo, tentou de meia distância, mas sem o sucesso desejado. 

> Joana Martins: Rápida, tecnicista e intensa, é uma jogadora que tipicamente sofre com condições de jogo semelhantes às sentidas contra o Ouriense. No entanto, nota positiva para a sua insistência e constantes tentativas de alternar o centro de jogo, para tentar desmontar a defensiva adversária. Ficam na retina os dois remates falhados na área adversária.

> Diana Silva: Dispôs de uma das melhores oportunidades de golo de todo o jogo. Fez tudo bem, mas viu o golo ser-lhe negado por uma excelente defesa de Bárbara Pisco. Muito correu, tentou abrir espaços. Apareceu no centro, nas alas, recuou para vir buscar jogo, mas nunca conseguiu desmontar a defensiva do Ouriense.

> Chandra DavidsonPrimeiro jogo a titular. Começou bem, forte nos duelos, intensa, mas foi perdendo algum fulgor com o decorrer da partida. Aquele cabeceamento falhado poderia ter mudado a história do jogo, mas a verdade é que o falhou, e foi sempre incapaz de se impor no jogo aéreo, algo em que é bastante forte. Esteve sempre muito só e marcada, pelo que apenas conseguia desequilibrar quando trocava de posição com Diana Silva e aparecia na ala.
 

Substituições

> Ana Teles: Muito intensa e batalhadora, mas continua a tentar resolver tudo sozinha. Remates algo disparatados, passes que as colegas não entendiam. Demonstra ainda alguma falta de entrosamento, embora me pareça que joga constantemente fora de posição. Fica a nota positiva para as diversas recuperações de bola.

> Inês Gonçalves: Muita garra e entrega, velocidade de execução e um sentido de baliza apurado. Infelizmente, foi incapaz de mudar o rumo do jogo, embora bem tenha tentado. Nota positiva para a forma como consegue ganhar a linha, mas acaba por falhar no momento do centro/remate, devido ao estado do terreno de jogo.

> Rita Fontemanha: A terceira aposta de Mariana Cabral (que mexe um pouco tarde no jogo), que visava trazer algum esclarecimento, capacidade de variação do centro de jogo, e qualidade no remate exterior. Tentou tudo isto, é certo, mas, tal como as suas companheiras, acabou por não ter qualquer sucesso.


Em suma, e embora não tenha sido um mau jogo, foi pouco conseguido por parte das nossas Leoas, que voltaram a demonstrar muita dificuldade para "desmontar" defesas compactas e muito recuadas, em terrenos pouco recomendáveis para a prática desportiva. Mérito para o Ouriense que, mesmo em inferioridade numérica, conseguiu manter a sua organização defensiva e atacar com perigo.


"Que a Nossa Crença seja a Vossa Força"
No Sporting jogamos sempre para ganhar! Vamos Leoas! 💪💚🦁


SL, Margarida 🦁

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