"Em todos os derbies, e na maior parte das finais, o resultado é uma incerteza" - Antevisão da Supertaça, por Nuno Cristóvão (25/08/2021)
Antes de mais quero agradecer à
Margarida Bartolomeu, criadora e gestora do blog, que não conheço pessoalmente,
o convite que me fez para fazer uma espécie de “lançamento” da nova época
futebolística nacional de 2021/22, que se inicia já no próximo sábado, com a
realização da Supertaça, entre o Benfica (campeão nacional em título) e o
Sporting (2º classificado da época passada), que disputará este troféu por não
se ter concluído a Taça de Portugal na época finda, decisão tomada pela FPF em
tempo oportuno, muito antes do final da mesma, à semelhança do decidido para as
restantes competições (Futsal masculino e feminino), onde não foi possível
terminar a Taça.
Em relação a este título, como em
todos os derbies e na maior parte das finais, o resultado é uma incerteza. A
história já nos habituou que a Supertaça tem vencedores variados (5 clubes diferentes
em 5 edições – Futebol Benfica, Valadares, Sporting, Braga e Benfica), sendo
esta edição aquela em que, pela primeira vez, uma das equipas participantes
poderá somar um segundo título nesta prova.
E a incerteza é tanto maior
quando verificamos que nas 5 edições já realizadas da Supertaça na sua vertente
feminina (em 2020 a prova não se efetuou devido à pandemia), o campeão em
título ganhou 2 vezes (uma delas no prolongamento) e perdeu em 3 ocasiões (numa
dessas vezes a derrota aconteceu no desempate por grandes penalidades).
Do ponto de vista teórico, quem
participa na competição europeia, terá uma melhor condição para encarar o
primeiro jogo oficial da competição interna e, um maior favoritismo. Em teoria,
quem já participou em jogos “a doer”, levará vantagem. No entanto, como já
referi atrás, a história diz-nos que não é bem assim.
O Benfica parte com a moral em
alta, por ter acabado de garantir de forma categórica a passagem à ronda 2 da
Liga de Campeões Feminina, que disputará com o Twente, campeão dos Países
Baixos (curiosamente, tal como na competição na masculina) e que, vencendo, significará
a participação na fase de grupos dessa competição (onde só estarão 16 equipas
das 72 que se inscreveram na mesma), que terá esta época a sua edição inicial
neste novo formato. Tivemos oportunidade de observar os dois jogos efetuados e
verificámos que as ideias do modelo de jogo da equipa se mantêm em relação à
parte final da época passada.
Para a equipa que faz na
Supertaça o seu primeiro jogo oficial, poderá haver uma maior centralização
nesse jogo e no adversário que vai encontrar. Ou seja, em teoria, poderá ser
uma vantagem. Além disso, este ano, a realização desta competição situa- se 4
dias antes do primeiro jogo da fase decisiva de acesso à fase de grupos da Liga
dos Campeões, facto que poderá influenciar o comportamento e o rendimento da
equipa que participa na competição europeia. Se positiva, se negativamente, no
próximo sábado saberemos.
O Sporting, com uma equipa muito
renovada relativamente às duas épocas anteriores, tanto em termos de plantel
como de equipa técnica, manteve um lote de jogadoras muito experiente e
recrutou outras, algumas de reconhecido valor, outras que, assumo, não vi jogar
e, como tal, não sei o que valem, nem como vão “casar” com as que já estão no
clube há várias épocas, tanto na equipa sénior como na formação. É, por isso,
uma incógnita, até porque “escondeu” bastante o que é a sua equipa atualmente,
pois não realizou nenhum jogo com assistência, não dando a hipótese de se verificar
quais as ideias que traz para esta nova época.
Assim, perspetivo para sábado um
bom jogo, no Estádio do Restelo, que já foi palco de um Sporting/Benfica, com
caráter de solidariedade (por Moçambique) e que teve a maior assistência de um
jogo feminino em Portugal (à volta de 15000 espetadores).
Com o público de regresso às
bancadas, que dá outro brilho a qualquer competição e com transmissão
televisiva no Canal 11, para quem, como eu, infelizmente, não possa estar presente,
estão reunidas as condições para um início em cheio de uma nova época futebolística,
no futebol das mulheres e das raparigas, que, espero, seja de continuação de crescimento.
Falando em termos de totobola, claramente, pelas razões apontadas, apostaria numa
tripla.
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