Sport Clube União Torreense vs Sporting Clube de Portugal (02/10/2021)
É jogo a jogo. Hoje foi mais um... não correu tão bem, mas as nossas Leoas são mulheres de garra e vão certamente crescer com esta contrariedade! Estamos ao vosso lado, sempre! 💚🦁
ANÁLISE AO JOGO
Primeira parte: As leoas entraram bem no jogo, circulando "bem" a bola (dentro do possível, dadas as características do terreno de jogo), chegando à vantagem ao minuto 10, através de um livre primorosamente batido por Joana Martins, sem hipóteses para a guardiã adversária. A partir desse momento, o Torreense fechou ainda mais os espaços, e a equipa Leonina começou a sentir muitas dificuldades para impor o seu jogo, muito embora fosse dominando a posse de bola. Faltava calma, objetividade e assertividade às jogadoras Verde e Brancas, que pareciam incapazes de furar a organização defensiva do Torreense. Através de um canto, a equipa de Torres Vedras chega ao empate, numa jogada onde a defensiva Leonina se apresenta muito passiva. Até final da primeira parte, Ana Borges ainda dispôs de uma excelente oportunidade para colocar o Sporting de novo em vantagem, mas acabou por atirar ao lado.
Segunda parte: A segunda parte deu continuidade ao que vinha a acontecer no final da primeira parte. Jogo cada vez mais físico, com muitos duelos a meio campo (maioritariamente ganhos pela equipa do Torreense), e mais posse de bola para as Leoas, que continuavam a demonstrar alguma dificuldade em acertar no passe, acabando por se demonstrar incapazes de criar oportunidade de golo realmente perigosas. O Torreense mantinha-se fechado no seu meio campo, com a exceção da avançada Caroline Kehrer, sendo capaz de condicionar o jogo da Leoas, que se demonstravam pouco intensas e cada vez mais precipitadas no passe. Brenda Peréz ainda assustou, com um bom remate de pé esquerdo, que acabou defendido pela guarda redes adversária. O jogo começou a ficar cada vez mais feio, com muitas faltas e muitas paragens, o que em nada beneficiou as Leoas, que começaram a demonstrar uma ansiedade crescente para marcar, o que não aconteceu para nenhuma das equipas, até ao apito final.
Na generalidade: Mau jogo das Leoas, que demonstraram alguma incapacidade frente a linhas mais fechadas e recuadas. Incapazes de explorar as costas da defesa adversária, e de criar espaços em organização ofensiva, as comandadas de Mariana Cabral acabaram por se precipitar em diversos momentos, e por apresentar alguma passividade a meio campo e na sua defesa, tendo um desses momentos originado o golo do Torreense. Faltou calma, cabeça fria, e alguma criatividade às jogadoras Leoninas, frente a uma equipa que defendia praticamente com 10 jogadoras. O "relvado" também não ajudou à festa, tendo sido claramente um dos elementos que mais limitou a qualidade de jogo das Verde e Brancas. Talvez seja tempo de a Federação Portuguesa de Futebol tomar uma posição no que aos relvados se refere, dado que a evolução do Futebol Feminino Português que tanto publicitam deve ser acompanhada por uma melhoria em todos os outros fatores que deste fazem parte, desde os terrenos de jogo, às equipas de arbitragem.
ANÁLISE INDIVIDUAL DAS JOGADORAS
> Doris Bačić: No geral, fez um bom jogo, segura, mas algo adormecida em alguns lances (aquela oportunidade de golo de Caroline Kehrer, onde devia ter saído mais cedo dos postes), à semelhança de toda a linha defensiva Leonina.
> Ana Borges (C): Excelente primeira parte, onde conseguiu ser das jogadoras mais esclarecidas das Leoas, quer no momento defensivo, quer no momento ofensivo. Desceu um pouco o nível na segunda parte, acabando por ser substituída.
> Carolina Beckert: Até ao momento em que teve de ser substituída, a nossa jovem central esteve bastante bem. O seu timing defensivo, bem como a sua capacidade de sair a jogar, em progressão, com a bola controlada, são dignos de destaque. Fez um bom jogo, mas é mais uma das jogadoras que acaba por ficar algo mal na fotografia, na abordagem ao lance que origina o golo do Torreense.
As melhoras para a Carolina, que saiu tocada, após choque de cabeça com a avançada adversária!
> Bruna Lourenço: Surpresa no 11 incial, no lugar de Melisa, a nossa Bruna conseguiu concretizar alguns passes longos interessantes, mas acabou por ficar ligada ao lance do golo do Torreense. Passiva na abordagem ao lance, tal como as suas colegas de setor. Um erro com o qual vai certamente aprender e crescer. Não fez um mau jogo, mas acabou por também não estar ao seu nível.
> Joana Marchão: Uma das únicas jogadoras que pareceu sempre dentro do jogo, conseguiu ganhar alguns duelos e concretizar alguns cortes e recuperações de bola interessadas. Foi sempre muito intensa na abordagem aos lances, inteligente e capaz de aparecer no meio campo ofensivo das Leoas, com assertividade e objetividade. A melhor em campo, neste jogo menos conseguido de toda a equipa.
> Rita Fontemanha: A outra surpresa no 11 inicial, e aquela que mais me pareceu "aposta falhada". A entrada de Fontemanha faria, em teoria, bastante sentido, dada a sua capacidade no passe longo e de rotura, capaz de quebrar as linhas adversárias. No entanto, foi mesmo o passe a sua maior fragilidade, tendo falhado diversos passes durante todo o jogo, alguns deles passes simples, e logo na primeira fase de construção. Acabou por ser substituída por Fátima Pinto, no decorrer da segunda parte, sem nunca ter sido realmente capaz de entrar no jogo e enriquecer o mesmo com as suas qualidades.
> Brenda Pérez: Muitíssimo marcada pelas jogadoras adversárias, encontrando-se rodeada de 2/3 jogadoras sempre que recebia a bola, foi incapaz de assumir o jogo e organizar o mesmo, como tão bem sabe. Procurou a zona interior um pouco em demasia, acabando por perder diversas vezes a bola. Uma jogadora claramente acima da média, que muita falta fez hoje às Leoas, que tanto necessitavam da sua criatividade. Jogo menos conseguido, mas que certamente a fará melhorar alguns aspetos, nomeadamente, a "fuga" à marcação.
> Andreia Jacinto: O melhor elemento do meio campo Leonino. Sempre a mais esclarecida, com diversas ações com bola que quebraram as linhas adversárias, mas que acabavam por não ter a sequência desejada. Fez uma excelente primeira parte, que a nível ofensivo, quer a nível defensivo, sendo que durante a segunda parte, e após recuar no terreno, acabou por desaparecer um pouco do jogo. A sua capacidade no transporte em progressão voltou a ser notória neste jogo.
> Joana Martins: Muitas dificuldades na receção de bola, quer devido ao relvado sintético, quer pela elevada pressão a que sempre foi sujeita, por parte das jogadoras adversárias. Aquele golo foi de "régua e esquadro", e demonstra toda a sua qualidade técnica. No entanto, perdeu diversos duelos a meio campo, dada a sua "debilidade" física, quando comparada com as adversárias. É uma jogadora de grande qualidade técnica, mas que ainda precisa de melhorar muito o seu jogo, quando pressionada.
> Diana Silva: A melhor jogadora ofensiva das Leoas. Assumiu a primeira fase de pressão, procurou incansavelmente o golo, que marcado por si, quer por outra colega. Hoje foi um jogo algo ingrato, dada a dificuldade que tinha em receber de costas para a baliza, pela elevada pressão das adversárias, e dada a impossibilidade de recorrer ao seu maior trunfo, a velocidade, devido ao baixo posicionamento da linha mais recuada do Torreense.
Substituições
> Melisa Hasanbegović: Entrou para substituir a lesionada Carolina Beckert. Jogo ao seu nível, segura, e capaz de ganhar alguns duelos.
> Fátima Pinto: Bom jogo de Fátima. Este jogo pedia uma jogadora com as suas características, visto que é muito intensa e forte nos duelos. Esteve bastante bem a nível do passe.
> Chandra Davidson: Parece ainda algo deslocada neste sistema tático de Mariana Cabral, no entanto, protagonizou algumas incursões interessantes pelo corredor esquerdo, mas acabou por ser incapaz de ter o impacto desejado no jogo.
> Ana Teles: Mais um jogo em que entra algo tarde, e mais um jogo em que me parece algo precipitada no passe. Falta alguma calma, porque a qualidade, nós sabemos que está lá. Precisa de minutos de jogo, à semelhança de Chandra, para conseguir enquadrar-se no sistema de jogo e desenvolver as dinâmicas necessárias com a restante equipa.
> Mariana Rosa: De volta à equipa, não se pode dizer que tenha feito um mau jogo, mas também não se pode dizer que tenha sido bom. É uma jovem que precisa de minutos de jogo, para que a sua auto confiança cresça e seja capaz de colocar em prática aquilo que sabe fazer. Taticamente é muito forte, tecnicamente também o é, faltando-lhe talvez alguma velocidade. Ainda crescerá muito.
"Que a Nossa Crença seja a Vossa Força"
No Sporting jogamos sempre para ganhar! Vamos Leoas! 💪💚🦁
SL, Margarida 🦁
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