Sporting Clube de Portugal B vs Lank Football Club Vilaverdense (Final do Campeonato da II Divisão Nacional - 23/06/2021)
ANÁLISE AO JOGO
Sporting Clube de Portugal: Desde o primeiro minuto de jogo que a equipa Leonina tentou, e conseguiu, assumir o controlo do jogo, apoderando-se da posse de bola e gerindo os momentos de jogo com a mesma em sua posse. Demonstraram uma extraordinária noção tática, sabendo ocupar muito bem os espaços e reagindo com rapidez à perda de bola. Foram, algumas vezes, surpreendidas pela intensidade e rapidez da equipa adversária, quando esta saía em transição ofensiva. No entanto, nunca se deixaram abalar por estas incursões, tendo sempre sido capazes de responder "na mesma moeda". Criaram algumas situações de finalização que poderiam ter permitido chegar ao intervalo em vantagem. Destaco a oportunidade de golo de que dispôs a Margarida Caniço, logo ao início do jogo, após um passe delicioso da Beatriz Conduto. Na segunda parte, as Leoas voltaram a entrar fortíssimas e cientes das suas tarefas, voltando a assumir o controlo do jogo e a posse de bola. Após algumas correções posicionais, as incursões ofensivas do Lank Vilaverdense, pelas alas, começaram a ser resolvidas com maior facilidade, algo que permitiu que as nossas laterais se aventurassem um pouco mais em terrenos ofensivos, surgindo assim o primeiro golo (leia-se golão) do jogo. Mesmo em vantagem, as nossas meninas não se desconcentraram por um segundo que fosse, e continuaram a controlar o jogo e a procurar marcar. Joana Dantas, na raça (e que raça), força a guarda redes adversária a errar e finaliza, fazendo o 2-0 final, que ainda poderia ter sido aumentado. Foi notório o cansaço das jogadoras, que apresentaram algumas queixas físicas no decorrer da segunda parte, devido ao facto de terem tido uma época curta, em termos de quantidade de jogos, e com diversas interrupções, que quebraram o ritmo e preparação física das jogadoras. De ressalvar a maturidade destas jogadoras que, na sua maioria, têm idades inferiores a 18/19 anos, e jogam como "gente grande"!
ANÁLISE INDIVIDUAL DAS JOGADORAS
> Carolina Jóia: Muito segura. Apesar da sua baixa estatura, saiu muito bem dos postes, intercetando diversos cruzamentos, sendo capaz de afastar a bola com muita assertividade. (Mais uns 10 cm para esta menina por favor!)
> Francisca "Kika" Silva: Confesso que me parece que a lateral não é a sua melhor posição, pois é uma jogadora pouco explosiva e um pouco lenta para aquela posição. Fez uma primeira parte algo instável, mas cresceu muito na segunda parte, tendo aparecido muito mais segura e assertiva nas suas ações. Assina um golaço, com um potente remate de pé esquerdo, e conseguiu intercetar diversas incursões ofensivas das adversárias, com muita qualidade e confiança. Tem muita qualidade técnica, o que lhe permite ser uma opção viável para iniciar a construção de jogo, principalmente quando jogar por terrenos mais interiores.
> Carolina Beckert: Patroa! Que jogo! Muitíssimo segura nas suas ações, colocou em campo toda a sua qualidade e maturidade, estando muito forte quer no momento defensivo (muito forte na dobra e na antecipação), quer no momento ofensivo, sendo capaz de assumir a primeira fase de construção das Leoas. Demonstrou um sentido posicional extraordinário, sendo notória a grande evolução que teve durante o último ano em que trabalhou no plantel sénior.
> Núria Monteiro: Muita segurança, muita inteligência na forma como abordava os lances, excelente sentido posicional. Fez uma dupla irrepreensível com a Carolina Beckert. Também apresenta muita qualidade no momento de iniciar a construção de jogo. Sai lesionada, ao minuto 59'. Espero que seja uma lesão de rápida resolução, pois penso que, continuando a crescer, tem tudo para se afirmar, futuramente, no plantel principal.
> Matilde Raposo: A jogadora que, tendo feito um bom jogo, achei mais "estagnada" nesta equipa. Forte nos duelos e no 1x1, apresenta algumas limitações, nomeadamente no capítulo físico. Com os seus 21 anos, talvez já devesse apresentar um nível superior. No entanto, fez um belíssimo jogo, tendo crescido bastante no mesmo. Tem muita qualidade técnica e um excelente sentido posicional que lhe permitem cumprir o que lhe é solicitado pela sua treinadora.
> Catarina Mairos: Excelente jogo desta menina. Entrou algo nervosa, com algumas perdas de bola a meio campo. Mas assim que entrou no jogo, esteve irrepreensível nas suas ações. Uma daquelas jogadoras que se movimenta em "pezinhos de lã", e que, sem darem muito por ela, cumpre a 100% aquilo que lhe é pedido. Muita inteligência na ocupação de espaços, para a sua pouca idade (apenas 17 anos), que lhe permitiu jogar, e bem, em todas as posições para onde foi requisitada (desceu no terreno após a lesão da Núria). Tenho muita curiosidade para ver o desenvolvimento desta menina, estou certa que, dentro de pouco tempo, a veremos a assumir um papel mais relevante e, quem sabe, a ser chamada ao plantel principal.
> Vera Cid: Um daqueles nomes com que todos os Sportinguistas, que acompanham as equipas femininas de futebol do Sporting, já estão familiarizados. Qualidade técnica acima da média, é aquele tipo de jogadora que procura a bola, que gosta de a ter nos pés, de jogar e fazer jogar. Sem medos, desce no terreno e assume a primeira fase de construção, subindo logo de seguida para distribuir jogo em terrenos mais ofensivos. Excelente jogo de Vera Cid que, com apenas 17 anos, irá certamente integrar a pré época das seniores e, quem sabe, trabalhar mais regularmente com as mesmas. O futuro avizinha-se brilhante para esta jovem.
> Margarida Sousa: A mais velha e madura das nossas jogadoras. Confesso que ainda não a tinha visto jogar, dado que apenas chegou ao Sporting há cerca de um ano e, muito embora tenha trabalhado com regularidade na equipa sénior, não somou qualquer minuto. Gostei bastante da forma como joga, intensa, forte nos duelos (a tal escola norte americana que já traz na bagagem), muito esclarecida com e sem bola, excelente capacidade de passe e de remate de meia distância. Na próxima época subirá em definitivo à equipa A, e acredito que será uma das jogadoras que irá surpreender, pela positiva.
> Margarida Caniço: Após uma primeira parte algo apagada, em que apenas dispôs de uma oportunidade para finalizar, cresceu no jogo e, após muita garra e insistência, faz a assistência para o golo da Kika Silva. Esteve muito bem na procura não só da profundidade, como também de espaços mais interiores, procurando rápidas tabelas com as colegas, de forma a abrir espaços na defensiva adversária.
> Inês Gonçalves: Jogo típico de Inês Gonçalves. Muita garra, muita luta, muita entrega, muita intensidade. A qualidade técnica da nossa "pequena" Inês é de ressalvar, sendo dona de um pé esquerdo capaz de "jogar e fazer jogar". Tentou várias tabelinhas com as colegas, bem como algumas incursões no 1x1, que acabaram por não ter o sucesso desejado. Acusou o desgaste físico da longa época, tendo sido substituída por Joana Dantas ao minuto 66'.
Substituições
> Bárbara Lopes / Marta Melão / Andreia Bravo / Joana Dantas: Coloco todas estas jogadoras ao mesmo nível, pois não sou capaz de destacar nenhuma, com a exceção da Joana Dantas, pelo golo que marca (reflexo de toda a sua raça, garra, entrega, crença, que força a guarda redes adversária a errar, sendo capaz de finalizar e "matar" o jogo). A razão pela qual não sou capaz de particularizar nenhuma destas meninas é simples. Entraram em jogo de tal forma que não se sentiu que tivesse existido qualquer substituição. Todas elas jogaram de forma extraordinária, foram capazes de cumprir as tarefas que lhe foram transmitidas pela Mariana Cabral, e de colocar em campo todas as suas qualidades. E é este o maior elogio que lhes posso dar!
Deixo apenas aqui a minha algo "controversa" opinião pessoal... Não entendo, honestamente, quando dizem que esta equipa B joga muito melhor do que alguma vez a equipa A jogou sob o comando da professora Susana Cova. O modelo de jogo é exatamente o mesmo. foco no coletivo, circulação rápida de bola, triangulações, constantes variações do centro de jogo, domínio com bola, jogo organizado, muita noção de ocupação de espaços. O que ressalvo é a raça e entrega destas meninas, que esteve no seu máximo durante os 90 minutos de jogo, tendo sido sempre muito intensas e agressivas na reação à perda de bola (aqui sim, muito mais do que as A), não se tendo notado qualquer decréscimo de qualidade e intensidade de jogo após as substituições efetuadas pela Mariana Cabral. Nota-se, talvez, uma maior apetência ofensiva, algo que se deve muito à tipologia das jogadoras que integram o plantel, e à sua juventude e irreverência típica da mesma.
Venha de lá 2021/2022!!! Vamos Leoas! 💪💚🦁
SL, M 🦁
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