Futebol Clube de Famalicão vs Sporting Clube de Portugal (21/03/2021)
GRANDE VITÓRIA DE TODA A EQUIPA, MAIS QUE MERECIDA E IMPORTANTÍSSIMA NA LUTA PELO TÍTULO! FOI NA RAÇA!
Que reação, que resposta! É em campo que se demonstra a raça de que somos feitos! Que orgulho neste grupo, é até ao último segundo! De 3 em 3 a somar! 💚🦁
ANÁLISE AO JOGO
Primeira parte: Primeira parte muito disputada, entre duas equipas que demonstraram conhecer-se bem, e que estavam extremamente bem organizadas taticamente, anulando-se mutuamente. Poucas oportunidades de golo criadas, com o jogo a ser muito disputado a meio campo, e com ambas as equipas a serem capazes de desfazer as transições ofensivas adversárias com relativa facilidade. Uma boa primeira parte das Leoas, que demonstraram trazer a lição bem estudada, muito embora apenas tenham disposto de 3 dias para preparar este jogo, desde a derrota na Final da Taça da Liga.
> Pontos positivos da primeira parte: Entrada em campo com os níveis de concentração no máximo, tal como era pedido, aliados a uma grande capacidade para anular as principais armas do Famalicão (Solange Carvalhas totalmente desaparecida do jogo, Maria Negrão bem tentou, mas muito bem marcada por Joana Marchão, e Vitória Almeida não teve espaço para assustar a defesa leonina).
> Pontos negativos da primeira parte: Alguma precipitação no momento de transição ofensiva, demonstrando alguma ansiedade em marcar golo (a vontade de responder com uma vitória era enorme), de forma a ficarmos mais confortáveis no jogo.
Segunda parte: Segunda parte, tal como a primeira, muito disputada a meio campo. No entanto, com o adiantar da hora, o jogo foi ficando mais partido, com ambas as equipas a procurar o golo de forma mais direta. Numa fase em que o Famalicão estava a ganhar mais duelos a meio campo, e a criar perigo, Susana Cova procede a 2 alterações e volta a equilibrar o jogo. Continuou a ser um jogo extremamente tático, com ambas as equipas a procurar atacar, sendo que foi o Famalicão que dispôs das melhores oportunidades de golo (a GIGANTE Inês Pereira e o poste a negarem o golo). O Sporting não se deixou intimidar e voltou à carga, conseguindo chegar à merecida vantagem no marcador, por intermédio de Raquel Fernandes, que tinha entrado apenas na segunda parte, e que em cima do minuto 90, oferece a vitória ao Sporting (presente para todos os Sportinguistas, oferecido pela aniversariante do dia).
Na generalidade: Foi um excelente jogo de futebol, protagonizado por duas excelentes equipas, ambas candidatas ao título de Campeãs Nacionais. Muito disputado e intenso, tal como era de esperar, com o Famalicão a empregar toda a sua intensidade e agressividade na procura da posse de bola, procurando as transições ofensivas rápidas. O Sporting, por sua vez, voltou a mostrar aquilo que melhor caracteriza esta equipa, a coesão coletiva. As leoas não são, individualmente, jogadoras que marquem a diferença, ou que tenham a capacidade de partir no 1x1 e desequilibrar (talvez com a exceção da Ana Borges, muito embora hoje não tenha tido muito sucesso), mas coletivamente, são a equipa mais forte de toda a liga. A coesão tática foi, mais uma vez, a sua força. É de enaltecer a forma como estas jogadoras demonstram saber, em todos os momentos do jogo, que espaços ocupar e quais as suas funções individuais, para que possam engrandecer o coletivo. O facto de, contrariamente ao que aconteceu na Final da Taça da Liga, termos entrado muitíssimo focadas e concentradas, foi "meio caminho andado" para a obtenção do resultado desejado. O querer, a raça e a entrega destas jogadoras representam a outra metade do caminho, que nos permitiu chegar à vitória!
ANÁLISE INDIVIDUAL DAS JOGADORAS
> Inês Pereira: INTRANSPONÍVEL! Enorme (mais uma) exibição da nossa guarda redes! Se há mérito de todas as jogadoras, pela forma como lutaram pela vitória até ao último segundo, o que dizer desta GIGANTE, que conseguiu fechar todos os caminhos para a baliza e negar, de forma autoritária, o golo ao Famalicão. É, a meu ver, a mulher do jogo!
> Mariana Rosa: Extraordinária a forma como abafou a Solange Carvalhas, uma jogadora super experiente e de uma qualidade enorme, principalmente durante a primeira parte. O crescimento de Mariana Rosa tem vindo a ser notório, e a sua consolidação no 11 titular é prova disso. Mais uma excelente exibição da nossa jovem lateral.
> Bruna Lourenço: Muito segura, não tinha tarefa fácil contra Vitória Almeida. Este bem em praticamente todos os momentos, sendo importante também na compensação a Mariana Rosa ou Nevena, conseguindo anular vários ataques da equipa Famalicense. Por algumas vezes, decidiu mal na primeira fase de construção, o que, no entanto, não foi suficiente para manchar a sua exibição.
> Nevena Damjanovič: Imponente e segura em todos os momentos, soube anular bem Vitória Almeida, que deambulava bastante pela frente de ataque, incomodando ambas as defesas centrais. Foi, no entanto, incapaz de sair a jogar com qualidade até meio da primeira parte, muito por culpa da alta pressão efetuada pelo Famalicão. É uma jogadora de enorme qualidade e hoje voltou a conseguir liderar a equipa, ajudando a transmitir calma e segurança às suas colegas.
> Joana Marchão: Enorme jogo de Joana Marchão (mais um!). Que jogadora, que intensidade, que entrega, que inteligência. Foram inúmeras as vezes em que, a sair a jogar, com apenas uma simulação de corpo, consegue tirar 1 ou 2 adversárias do caminho. Faz um excelente centro que origina o golo da vitória. Não fossem as extraordinárias defesas de Inês Pereira, e seria a vencedora do prémio de melhor em campo.
> Rita Fontemanha: Excelente primeira parte de Rita Fontemanha. Surpresa no 11 inicial de Susana Cova, a médio verde e branca demonstrou o porquê da sua escolha para ocupar o meio campo leonino, juntamente com a dupla Pinto. Além de ser uma jogadora experiente, habituada a disputar jogos de elevada pressão de leão ao peito, ofereceu uma maior clarividência e acerto no momento de transição ofensiva da equipa leonina, dada a sua qualidade técnica, visão de jogo, e capacidade de jogar a 1, 2 toques. É substituída, de forma algo natural, durante a segunda parte, após desaparecer um pouco de jogo. Foi uma aposta acertada de Susana Cova, sendo apenas de lamentar a incapacidade de dar sequência a alguns dos lances por si iniciados.
> Tatiana Pinto: Muito lutadora, como é seu apanágio, ocupou a posição mais recuada do meio campo leonino durante toda a primeira parte. Pessoalmente, é esta a posição em que mais gosto de ver Tatiana Pinto, e onde sinto que o seu jogo é mais aproveitado. Muito importante a fechar espaços e a impedir o Famalicão de jogar entre linhas, acaba por perder algum fulgor na segunda parte, não só devido ao desgaste acumulado (sequência infernal de jogos neste mês de março), mas também ao facto de ter sido muito castigada pelas jogadoras do Famalicão, estando sempre muito marcada, principalmente a partir do momento em que sobe um pouco no terreno de jogo.
> Fátima Pinto: Igual a si mesma. Muita luta, muita garra, muita entrega. Assina uma excelente exibição, sendo muito importante ao travar diversas transições ofensivas do Famalicão. Por ser uma jogadora que não se esconde dos duelos físicos, acabou por ser também muito castigada pelas jogadoras adversárias, sofrendo sempre uma marcação apertada, dada a sua importância no processo da equipa leonina, quer no momento defensivo, quer no momento defensivo. Está a voltar à sua melhor forma física, e tem sido notória a sua evolução a cada jogo.
> Ana Borges: Sempre muito marcada, mas sem nunca virar a cara à luta. Mais um bom jogo de Ana Borges que, embora não tenha tido o sucesso pretendido com as suas incursões pela ala direita (hoje parecia que nenhum cruzamento saía bem), continua a demonstrar a sua importância nesta equipa. Muito ativa também no momento defensivo da equipa, nota-se cada vez mais o entrosamento com Mariana Rosa, que em muito contribui para o sucesso do processo defensivo leonino. Juntas, anularam por completo a ala esquerda do Famalicão.
> Marta Ferreira: Mais uma das surpresas no 11 inicial, sendo a inclusão que menos esperava. Não por não achar que merecesse, Marta Ferreira é uma jogadora de extrema qualidade, muito trabalhadora, conhecedora do jogo, mas para uma partida desta intensidade, não pensei que a Susana Cova corresse este risco. No entanto, e tendo em consideração o desgaste acumulado da Raquel Fernandes, aliado à exigência física que se esperava para este jogo, a inclusão de Marta Ferreira no 11 acaba por fazer sentido. Fez um bom jogo, cumpriu com o que lhe foi pedido, sempre muito assertiva no momento defensivo da equipa, sendo uma ajuda imprescindível para Joana Marchão. No momento ofensivo, tentou algumas incursões pela ala esquerda, bem como algumas triangulações com Carolina Mendes, que, infelizmente, foram sendo resolvidas pela equipa Famalicense.
Substituições
> Andreia Jacinto: Talvez por uma questão de gestão emocional, e um pouco física, Andreia Jacinto acaba preterida do 11 inicial. Entrou bem no jogo, com alguns cortes e passes interessantes, no entanto, passou um pouco despercebida durante todo o tempo que teve em campo. Mais contida nas suas ações de transporte, em que é muito forte, esteve sempre muito concentrada naquelas que eram as suas missões táticas, a acabou por refrescar positivamente o meio campo leonino, numa fase importante do jogo.
> Raquel Fernandes: Entrou a meio gás, e foi crescendo à medida que o tempo passava. Marca, com muito mérito, o golo da vitória leonina, em dia de aniversário (obrigada pela prenda!), num lance que fica marcado não só pela sua inteligência e excelente movimentação, mas também pelo erro enorme de marcação da defesa Famalicense, e da sua guarda redes, que acabam por ser mal batidas neste momento. Felicidade e muita competência da extremo leonina, que consegue finalizar o livre batido por Joana Marchão, e oferecer os 3 pontos à equipa.
> Ana Capeta: Entrou um pouco tarde no jogo, para dar não só alguma frescura ao ataque leonino, mas para tentar forçar o erro da defesa do Famalicão. Conhecida pela sua intensidade, raça e mobilidade posicional, Ana Capeta é uma jogadora muito difícil de marcar, e muito imprevisível, que pressiona de forma intensa as defesas adversárias. Não conseguiu forçar o erro direto, mas a sua capacidade de trabalhar para a equipa foi, mais uma vez, notória.
Orgulho na nossa atitude, no querer, na raça. Foi à campeão. até ao apito final há jogo! É em campo que se responde, e que resposta demos hoje! Vamos! 💪💚🦁
SL, M 🦁
A análise ao jogo está bastante detalhada, mas gostava de deixar algumas notas soltas sobre a equipa.
ResponderEliminarA Mariana Rosa esteve bastante bem, fez um jogo superior ao da taça da liga, mas não deixa de ser enigmático a confiança que a Susana Cova mantém, quando podia utilizar a Mónica Mendes, que recentemente foi titular na Seleção naquela posição, neste tipo de jogos.
Quem melhorou também, na minha opinião, foi a Fátima Pinto. É daquelas jogadoras que para ultrapassar má forma só precisa de jogar, porque motivação e confiança não lhe falta.
A Inês Pereira tem sido aposta pelo seu jogo de pés (na minha opinião). Todavia também me parece que transmite mais segurança que a Patrícia Morais noutros aspetos. Acredito que no atual contexto de custos futuramente o Sporting opte por ficar apenas com uma delas no plantel.
A Marta Ferreira parece-me superior à Carolina Mendes em termos físicos e técnicos. Todavia não se consegue ver isso traduzido em campo.
A Nevena e a Bruna não estão a atravessar uma boa fase, mas controlaram a Vitória Almeida.
No meio campo precisávamos de uma Fontemanha a tempo inteiro. Esta época fez duas excelentes primeiras partes, mas depois...
SL
Relativamente à aposta e confiança depositada na Mariana Rosa, acho que a mesma tem bastante fundamento, dada a evolução notória desta menina, de jogo para jogo. O facto de, em jogos deste peso, a opção não ter recaído sobre a Mónica Mendes, deve-se maioritariamente a dois fatores: as boas exibições da Mariana Rosa, e a falta de ritmo de jogo, dadas as poucas vezes que tem sido opção no 11 de Susana Cova, sendo maioritariamente suplente não utilizada. Eu, pessoalmente, concordo com esta opção, pois não vejo a Mónica Mendes a acrescentar muito à equipa, além da sua larga experiência e o facto de ser muito forte a fechar por dentro e fazer a dobra às centrais. É uma jogadora lenta, que dá pouca profundidade ao flanco direito da equipa. Quanto à Inês Pereira, para mim, seria a titular da equipa do Sporting, pois tem um conjunto de características que lhe dão vantagem face à Patrícia Morais, além do jogo de pés. Mas qualquer delas é uma excelente opção para a nossa baliza, e nesse capítulo estamos bastante bem servidos.
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